Desde 2002, quando conquistou a Copa do Mundo pela última vez, a seleção brasileira de futebol colecionou algumas derrotas inesperadas e profundamente decepcionantes. Na mais recente delas, no domingo, as circunstâncias foram constrangedoras: a equipe que veste uma camisa com cinco estrelas de campeã mundial não conseguiu acertar um só pênalti na disputa contra a modesta seleção do Paraguai. Eliminada, a seleção saiu de campo culpando as péssimas condições do gramado. Faltou lembrar aos craques brasileiros que a seleção paraguaia, que marcou dois gols em três tiros da marca do pênalti, jogou no mesmo campo.
Ciclotímica, irregular e nada confiável, a equipe nacional brasileira passou a recorrer a um vasto cardápio de duvidosas justificativas em todas as ocasiões em que não confirma seu favoritismo. Mudam os técnicos e mudam os jogadores, mas o Brasil segue sendo o campeão mundial das desculpas pelas derrotas. Às vezes, a culpa é da má sorte; em outras, os resultados adversos são creditados à falta de entrosamento, ao cansaço dos jogadores que atuam nos grandes clubes da Europa, à renovação do elenco, à retranca do adversário. São, é claro, problemas comuns a todas as seleções do mundo. Melhor seria admitir simplesmente que o Brasil, hoje, é igual aos outros. E trabalhar muito para reviver os tempos em que, para o Brasil, era zebra qualquer resultado que não fosse a vitória.